Alimentar-se bem é um hábito excelente, mas quando se torna obsessão, pode se tornar ortorexia nervosa, um transtorno alimentar que prejudica a vida social e a saúde como um todo.

Trata-se de um transtorno alimentar, como a bulimia e anorexia nervosa ou compulsão alimentar. A preocupação da pessoa pode ou não estar associado com a forma física, mas sempre está associada com a qualidade dos alimentos ingeridos, com consumir o alimento biologicamente puro. Na ortorexia nervosa, o foco principal está na fixação por alcançar uma dieta considerada satisfatória em todos os aspectos nutricionais, mas nem sempre há preocupação com a imagem corporal. Em relação às semelhanças com outros distúrbios, a pessoa apresenta sentimentos, crenças, pensamentos e comportamentos quanto aos alimentos que são considerados obsessivos. Entre suas principais características, destaca-se a tentativa de se evitar obsessivamente alimentos que possam conter aditivos alimentares como corantes, conservantes, resíduos de pesticidas, ingredientes geneticamente modificados, gorduras ruins, alimentos que contenham excesso de sódio ou açúcares.

 A forma de preparo da comida, utensílios de cozinha e a outras ferramentas são levadas muito a sério para quem tem esse distúrbio.

Outro sinal é a necessidade de explicar e ensinar tudo o que sabem sobre alimentos e suas propriedades nutricionais, por exemplo. E esse comportamento começa a interferir nos relacionamentos, no trabalho e nos estudos. Além disso, quem tem ortorexia, ao comer algo que não considera saudável, pode se sentir muito mal psicologicamente, com culpa por achar que está contaminado. E, às vezes, só pelo fato de estar perto desse alimento, há um incômodo. O estado de espírito e autoestima também mudam de acordo com que se come.

Profissionais da saúde, veganos, pessoas ligadas a causas de proteção animal e praticantes de exercícios físicos são população de maior risco para a ortorexia nervosa.

É importante esclarecer que não há problema em ter hábitos saudáveis e preferir alimentos naturais. Mas, o comportamento se torna patológico quando essas escolhas são realizadas de forma extrema e quando há restrições alimentares importantes que atrapalham a saúde e causam sofrimento emocional e psicológico. Mostrar que a alimentação deve focar apenas nas propriedades funcionais e nutrientes, mas sim no biopsicossocial.

Talvez o maior desafio no tratamento da ortorexia nervosa seja o de demonstrar que os comportamentos são disfuncionais e inadequados. Isso porque, assim como acontece na anorexia nervosa, muitas vezes os pacientes negam que tenham problemas, pois se consideram apenas saudáveis e disciplinados. Você conhecia esse transtorno? Conhece alguém que tem estes sinais? Então é o caso de procurar ajuda. A nutrição comportamental é capaz de ajudar a quebrar estes padrões e crenças, juntamente com um psicólogo e psiquiatra.