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Otorrinolaringologia

Entenda sobre o distúrbio do processamento auditivo central 

Entenda sobre o distúrbio do processamento auditivo central 

Alguns indivíduos, embora apresentem audição dentro dos valores de normalidade constatado pela avaliação audiológica, por vezes não compreendem o que as outras pessoas dizem. O Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPCA) pode afetar qualquer idade, mas é mais comum em crianças, jovens e idosos. Em crianças e jovens o DPCA afeta o desempenho escolar e social, em adultos o desempenho profissional e em idosos pode prejudicar o convívio familiar.

O que é o distúrbio do processamento auditivo central? 

Não classificado como deficiência auditiva, o DPAC é uma condição que afeta as habilidades auditivas comandadas pelo tronco encefálico e cérebro e necessárias para que o indivíduo interprete o que ouve.

As habilidades que fazem parte do processamento auditivo central são:

  • Detecção; 
  • Localização e lateralização; 
  • Discriminação; 
  • Figura-fundo.
  • Fechamento auditivo;
  • Reconhecimento de aspectos temporais da audição; 
  • Integração binaural;
  • Separação binaural;
  • Interação binaural.

O que causa o distúrbio do processamento auditivo central? 

Alguns dos fatores de risco para DPAC são as alterações auditivas flutuantes nos primeiros anos de vida causadas por infecções recorrentes no ouvido ou garganta, alterações neurológicas e alterações genéticas. O DPAC é um distúrbio que pode se manifestar isoladamente ou em conjunto com outros distúrbios. Isso significa que, cada caso é único e a partir do diagnóstico deve-se montar uma equipe de tratamento. 

Quais são os sintomas do distúrbio do processamento auditivo central? 

Dependendo da condição causada pelo distúrbio, é possível ter uma série de sintomas, cada pessoa naturalmente manifesta alguns deles. Os principais são: 

  • Dificuldade de ler e escrever; 
  • Troca de letras na fala ou escrita; 
  • Agitação ou apatia; 
  • Apresenta dificuldade de contar uma história ou fato; 
  • Tem fala diferente de outras pessoas na mesma idade; 
  • Dificuldade de compreender informações em ambientes barulhentos; 
  • Fadiga atencional em aulas e palestras; 
  • Necessidade constante de repetição de informações; 
  • Dificuldade de memorização; 
  • Dificuldade de compreensão de conceitos abstratos ou duplos sentidos. 

Alguns desses sintomas podem sinalizar outros problemas como: Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), Transtorno do Espectro Autista (TEA), Dislexia ou Alzheimer. É importante que, ao perceber esses sinais a família adote como cuidado levar o indivíduo em consulta com médico otorrinolaringologista, neurologista, fonoaudióloga e psicopedagoga.  

Como avaliar o distúrbio do processamento auditivo central? 

A avaliação é composta por uma bateria de testes auditivos e comportamentais dentro de cabine e com fones. Os testes variam conforme idade e neuromaturação cognitiva é feito a partir de 6 anos de idade.

A avaliação do processamento auditivo central (PAC) tem como finalidade determinar ou não a presença de habilidades auditivas deficientes, ressaltar as habilidades preferenciais para a aprendizagem, descrever as extensões destas alterações, estabelecer condutas e critérios que possam auxiliar na elaboração de um programa de reabilitação adequado.

Caso fique comprovado o DPCA este indivíduo será encaminhado para o fonoaudiólogo que irá realizar terapia formal – Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado (TAAC) ou terapia informal.

O que é o TAAC?

Consiste em exercícios auditivos feitos em cabine e com intensidade sonora controlada. O objetivo desses exercícios é modificar as estruturas cerebrais, aumentando e fortalecendo as redes neurais responsáveis pelo processamento auditivo, tornando a audição e a compreensão da fala mais eficientes.

Usuários de aparelho auditivo por causa da perda de audição às vezes não compreendem o que é falado, mesmo usando o aparelha auditivo. Nestes casos também seria indicado fazer avaliação do PAC para verificar o quanto as habilidades auditivas estão sendo prejudicadas pela perda auditiva e ser encaminhado para o TAAC.