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O papel da nutrição em doenças inflamatórias intestinais

O papel da nutrição em doenças inflamatórias intestinais

As doenças inflamatórias intestinais como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, são condições crônicas caracterizadas por inflamação persistente no trato gastrointestinal, que afetam muitas pessoas em todo o mundo e podem causar sintomas como diarreia, dor abdominal, perda de peso e desnutrição. Entenda com este artigo mais detalhes sobre essas doenças.

O papel da nutrição nas DIIs

A nutrição no contexto das DIIs tem como objetivos principais:

  • Manter ou restaurar o estado nutricional.
  • Minimizar a inflamação intestinal.
  • Reduzir os sintomas gastrointestinais, como diarreia e dor abdominal.
  • Prevenir complicações relacionadas à desnutrição e deficiências nutricionais.
  • Melhorar a qualidade de vida do paciente.

Pacientes com DIIs frequentemente enfrentam desafios nutricionais devido à má absorção de nutrientes, perda de apetite, restrições dietéticas e efeitos colaterais de medicamentos. Por isso, um plano nutricional individualizado é fundamental.

O primeiro passo é uma avaliação nutricional completa, que inclui:

  • Histórico alimentar: Para identificar intolerâncias, alergias e padrões alimentares.
  • Estado nutricional: Avaliação do peso, índice de massa corporal (IMC) e sinais de desnutrição.
  • Exames laboratoriais: Identificação de deficiências específicas, como ferro, vitamina B12, vitamina D e zinco.

Após essa análise, é criado um plano nutricional, criando uma dieta que deve ser ajustada às necessidades individuais do paciente, considerando o estado da doença (atividade ou remissão) e os sintomas presentes.

Dieta Durante a Atividade da Doença

Durante os períodos de atividade da DII, a inflamação é exacerbada, e os sintomas gastrointestinais, como diarreia, cólicas e dor, são mais intensos. Nessa fase, recomenda-se:

Dietas de Fácil Digestão

  • Alimentos com baixo teor de fibras insolúveis para reduzir irritação intestinal, como arroz branco, batatas sem casca e pão branco.
  • Evitar alimentos gordurosos e frituras, que podem piorar os sintomas.

Alimentos com Propriedades Anti-inflamatórias

  • Incorporar fontes de ômega-3, como peixes gordurosos (salmão, sardinha) ou suplementos, que têm propriedades anti-inflamatórias.

Redução de Lactose

  • A intolerância à lactose é comum em pacientes com DIIs, especialmente durante crises. Substituir leite e derivados por alternativas sem lactose pode ser benéfico.

Nutrição Enteral

  • Em casos graves, a nutrição enteral pode ser necessária para reduzir a carga sobre o intestino, fornecendo nutrientes essenciais de forma direta.

Dieta Durante a Remissão

O objetivo durante a remissão é manter o estado nutricional e prevenir recaídas. A dieta deve ser equilibrada e variada, incluindo:

1. Fontes de Fibras Solúveis

  • Alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, maçã (sem casca) e cenoura, ajudam a melhorar a saúde intestinal e promovem um microbioma saudável.

2. Probióticos e Prebióticos

  • Probióticos: Cepas específicas, como Lactobacillus e Bifidobacterium, ajudam a restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal.
  • Prebióticos: Alimentos como alho, cebola e banana verde estimulam o crescimento de bactérias benéficas no intestino.

3. Suplementação de Micronutrientes

  • A suplementação pode ser necessária para corrigir deficiências comuns em pacientes com DIIs, como ferro, cálcio, vitamina D e vitamina B12.

4. Hidratação Adequada

  • A perda de líquidos e eletrólitos devido à diarreia frequente deve ser compensada com uma boa ingestão de líquidos e soluções de reidratação oral.

Riscos de Dietas Restritivas

Embora algumas restrições sejam necessárias, dietas muito limitadas podem levar à desnutrição e piorar o quadro clínico. Por isso, é importante equilibrar as restrições alimentares com a necessidade de atender às demandas nutricionais.

Importância do Acompanhamento Multidisciplinar

O manejo das DIIs deve envolver uma equipe multidisciplinar, composta por nutricionistas, gastroenterologistas e psicólogos. O acompanhamento nutricional contínuo é essencial para ajustar a dieta conforme a evolução da doença e para educar o paciente sobre as melhores escolhas alimentares.

Considerações finais

A nutrição desempenha um papel essencial no manejo das doenças inflamatórias intestinais, contribuindo para o alívio dos sintomas, a redução da inflamação e a promoção da saúde geral. Um plano alimentar personalizado, associado a um acompanhamento regular, é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e prevenir complicações. Consulte seu nutricionista para criar o plano adequado ao seu quadro.